Acho
um desrespeito comigo mesma
viver
de acordo com o que esperam de mim.
Sou
escandalosamente autêntica
e
faço questão de que assim seja.
Opiniões
contrárias e pessoas para
achar
ruim sempre vai haver,
mas
não desgasto o brilho que possuo
com
tentativas frustradas de ofuscação.
Gosto
de me entregar de braços abertos para vida,
de
me deliciar beijando o inesperado,
de
me apaixonar pela leveza todos os dias
como
se fosse a primeira vez que ela me faz voar,
de pés no chão,
mas pensamento solto no ar.
Acredito
que agir com sensatez é caminho,
mas
se perder em seus próprios enganos também é.
Andar
constantemente em linha reta sem
fazer
curvas não tem a menor graça.
Se
eu não tropeçar nos espinhos como vou
falar
com propriedade da beleza das flores?
Não
falo das flores de plástico,
mas
das flores verdadeiras,
das
que carregam o perfume da transparência.
Me
ajusto de acordo com meu ritmo,
bordo
encantos em asas de passarinho
para
não esquecer que os carrego em minhas próprias asas.
Não
quero ir onde a normalidade me manda,
mas
onde meus pés, descalços de peso,
me
levam.