Nasci
excêntrica,
cometo
indecências sem o menor pudor e,
desde
que eu não invada o espaço de ninguém,
vivo
a minha vida como me convém.
Trabalhar
a minha espiritualidade
ou
exercitar diariamente o meu
melhoramento como pessoa,
não
faz de mim uma pessoa meiga, doce, fofa.
Nem
me obriga a isto.
Faz
de mim mais compreensiva, mais amorosa.
Meu
temperamento é intempestivo,
meu
posicionamento no mundo faz com que
eu
viva numa eterna auto vigilância
para não ser hostil.
Eu
me atiro, diariamente,
de
um pedestal imaginário que alguns
me
colocaram e isto é exaustivo.
Sou
um ser humano cheio de
reformulações íntimas para fazer,
de
questões emocionais para resolver.
Várias
coisas eu consegui conquistar:
A
minha auto-estima não é arrogância,
é
um perdão demorado que me dei para aprender
a
gostar e cuidar de cada detalhe que tenho:
Características,
defeitos e qualidades.
Sinto
uma gratidão eterna pelo
que me dão de afeto e afago,
mas
não escrevo para receber isto:
É
consequência.
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