Bem Vindo

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Acho um desrespeito comigo mesma

 
 Acho um desrespeito comigo mesma
viver de acordo com o que esperam de mim.
Sou escandalosamente autêntica
e faço questão de que assim  seja.
Opiniões contrárias e pessoas para
achar ruim sempre vai haver,
mas não desgasto o brilho que possuo
com tentativas frustradas de ofuscação.
 Gosto de me entregar de braços abertos para vida,
de me deliciar beijando o inesperado,
de me apaixonar pela leveza todos os dias
como se fosse a primeira vez que ela me faz voar, 
de pés no chão,
 mas pensamento solto no ar.
 Acredito que agir com sensatez é caminho,
mas se perder em seus próprios enganos também é.
Andar constantemente em linha reta sem
fazer curvas não tem a menor graça.
Se eu não tropeçar nos espinhos como vou
falar com propriedade da beleza das flores?
Não falo das flores de plástico,
mas das flores verdadeiras,
das que carregam o perfume da transparência.
 Me ajusto de acordo com meu ritmo,
bordo encantos em asas de passarinho
para não esquecer que os carrego em minhas próprias asas.
Não quero ir onde a normalidade me manda,
mas onde meus pés, descalços de peso,
me levam.

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