Bem Vindo

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Não é preciso ser preciso

 
 Comigo não servem deduções.
Para me saber não é preciso ser preciso.
Sou filme sem legenda,
mas de sorrisos largos que falam por mim.
Amanheço antes do dia, 
ao som de músicas que invento.
E duro só o instante.
Passou, passado.
Para estar comigo há que 
se entender meu silêncio,
embora haja sempre alguém 
falando dentro de mim.
Percorrer-me?
Só se for devagar, estou nos detalhes.
Em mim tudo acontece quando é tempo.
Já sei esperar.
Só não tenho intervalos,
não preciso nem de causas, e nem de efeitos.
Entrego-me para quem me sabe.
Sou abrigo, e também sou céu aberto.
É.
Sou.
E sou eu quem vai pagar por isso.

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