essa capacidade de
ternura…
Essa
intimidade perfeita com o silêncio…
Resta
esse sentimento de infância
subitamente
desentranhado de pequenos absurdos,
essa
capacidade de rir à toa.
Resta
essa distração, essa disponibilidade,
essa
vagueza de quem sabe que tudo
já
foi como será no vir-a-ser.
Resta
essa faculdade incoercível de sonhar,
de
transfigurar a realidade, dentro
dessa
incapacidade de aceitá-la tal como é,
e
essa pequenina luz indecifrável a
que
às vezes os poetas dão
o nome de esperança.
Resta esse constante esforço
para
caminhar dentro do labirinto,
esse
eterno levantar-se depois de cada queda,
essa
busca de equilíbrio no fio da navalha,
essa
terrível coragem diante do grande medo,
e
esse medo infantil de
ter pequenas coragens.
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