eu
choro mas enxugo meu pranto,
eu
me perco mas me encontro,
eu
me desarrumo mas me apronto.
Foi
sempre assim a minha vida,
encaixada
em outras vidas
que
por mim eram vividas
e
de repente eu me via esquecida
e
de todas ia sendo despedida.
Eu
posso ser feita de algodão
quando
envolvem o meu coração,
fora
disso sou feita de aço
e
defino os meus passos.
Eu
fraquejo e anoiteço,
eu
surjo e desapareço
mas,
cedo ou tarde,
eu amanheço
e
eu volto a brilhar
custe
o tempo que custar
sem
que precisem me ajudar
e
muito menos me amar.
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