Bem Vindo

sábado, 21 de outubro de 2017

O frágil não faz parte de nós.

Somos o sexo forte.
Fortes na maioria das coisas
que fazemos desde aguentar 
os puxões de uma cera quente,
até aguentar os puxões preconceituosos
feitos ao redor.
Esse dói mas não fere,
pois somos feras mesmo sendo belas.
Delicadas por fora,
mas por dentro se esconde 
uma ferradura inofensiva,
é o nosso íntimo,
lotado de força,
essa que vence uma luta de braço
com qualquer machão por aí.
Nascemos em berço mimado,
roupas cor de rosa,
somos rodeadas de cuidados recém,
de dicas conselheiras vindas da avó,
que ensina para a mãe,
que a mãe passa para a filha.
Nossa casa é de bonecas
e temos todos os frus-frus imaginários,
histórias de todas as princesas
que moram no distante reino,
naquele enorme castelo.
Ilusório tudo isso, cliché demasiado.
Quer saber?
Somos heroínas, e isso merece estampa,
pertencemos à sigla SMM,
super mulher maravilha.
Lutamos cada dia por um dia melhor,
corremos riscos por sairmos do lugar-comum,
podemos nos perder por transitar outros caminhos
mas seguimos as rotas da nossa intuição,
respiramos novos ares e almejamos
uma sociedade mais democrática.
A cada dia que passa,
as mulheres vem se levantando,
dominando seu espaço
e tomando posição no circuito das mudanças.
Vinham engatinhando joelho por joelho
e agora nesta altura do campeonato torço
para que realmente estejamos 
de pés firmes no chão.
Para as que choram demais,
amam intensamente,
se perdoam sem remorso,
e antes de tudo se auto valorizam 
eu tiro o chapéu,
pois apesar de deixarem transparecer 
esse sentimentalismo,
por dentro suportam muitos pesos ocultos
enquanto pobres homens camuflam as tristezas,
agonizam suas lágrimas com o critério 
de que homem nunca chora.
Não precisa ser heroína e salvar o planeta,
basta ser guerreira,
admitindo veementemente que somos
independentes em algumas áreas
e totalmente dependentes em outras
das quais cada uma de nós sabemos
a predominância de cada sector,
com direito a desmoronamentos estruturais,
aberrações temperamentais e desabafos cruciais
sempre na medida de dosagem 
nem mais para lá,
nem mais para cá, 
mas ali mesmo,
naquele risco da metade estável.

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