sem fazer cerimónia, sem dormir
no ponto,
sem esquecer as dores.
Eu sou, e antes de pertencer aos conceitos,
Eu sou, e antes de pertencer aos conceitos,
às regras e situações,
sou da minha
investigação particular,
sou do meu tempo.
Sou do ócio, da preguiça e do
prazer pelo nada.
Sou também da pressa pelo afecto.
Do silêncio que reluta em
existir.
Sou dos outros quando quero
e
geralmente na hora errada,
sou de mim mesma por necessidade
da solidão.
Eu sou do mundo e principalmente
Eu sou do mundo e principalmente
do meu mundo habitado
pela alegria mesmo que
passageira.
Sou dos atalhos por pressa,
sou
da ventania por impaciência.
Sou do mato por natureza.
Sou da banalidade pela extrema
necessidade
de desafogar as culpas.
Sou do afecto que me destinei.
Sou do afecto que me destinei.
Do meu quotidiano.
Sou do dia atarefado.
Da noite escura.
Do infinito do mar.
Sou da ilusão.
Sou da ilusão.
Das confusas idas e vindas.
Da insistência pela história.
Sou de acreditar.
De me perder nos romances.
De entregas e depois
arrependimentos.
Sou da saudade dolorida.
Das esperas angustiantes.
Sou da minha vasta imaginação.
Sou da minha vasta imaginação.
Da sobrevivência.
Das tristezas ocasionais.
Das perguntas sem respostas.
Das respostas sem perguntas.
Sou dos planos sem motivos.
Sou dos planos sem motivos.
Sou de tudo e às vezes do nada.
Da fuga por medo.
Da razão por obrigação.
Da reza por devoção.
Da fé por oração.
Sou do que valeu a pena.
Sou do que valeu a pena.
De momentos eternos.
Das lembranças.
Sou sem vergonha de ser.
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