Bem Vindo

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

 
 Não me olhe assim,
querendo descobrir meus segredos
todos de uma só vez,
Sou como mar profundo
envolto em mistérios.
Sou como barco à deriva,
em busca de portos ensolarados
Não queira saber-me
em apenas uma palavra,
Sou alfabeto completo,
sou rimas desfeitas,
sou palavras ainda desconhecidas.
Não tente tocar-me sem antes me ver,
posso desmanchar em tuas mãos
posso deixar mágicos pós em teu olhar
e cegar tuas intenções
Não me observe assim,
querendo adivinhar-me
sou soneto sem rima
sou abelha em busca de flor
sou leitura difícil
sou segredos de amor.
Não me fite assim
como se me desenhasse
sou pintura em andamento
com eternas pinceladas
sou borboleta recém saída do casulo
sou liberdade, sou voo livre
sou asas abertas
não...
não pense em me saber domar
sou fera selvagem
sou mata fechada
sou bicho do mato.
não pense em me fazer refém
não há correntes no mundo
que me prendam ao solo
sou elo de amor
sou vento que sopra
sou água que corre
Não queira me subestimar
sou impenetrável
sou intragável
sou amarga,
mas carrego o mel
em minhas palavras
e sei derramá-lo
pelos lábios dos que me acolhem.
Não pense que me tens como posse
sou dona de mim mesma
sou senhora da minha história
alma em comunhão com a vida
flor em germinação
pétalas que se abrem
Sou perfume!

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