Bem Vindo

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Mas o que faz a dor?

 
 A dor quando bem vivida, percebida,
acolhida, não passa de uma forte emoção.
Nem toda dor é causada por alguém:
dor de amor é a mais vulgar
(no sentido de ser a mais comum),
dor existencial é uma transcendência.
Não evito minhas dores,
vou até o cerne dos sentimentos,
vejo-a tão vital quanto a alegria.
Pois se, através deste processo também
me vem a necessidade de auto investigação
e evolução interna,
por mais desnorteada que eu me veja
enquanto inserida no emocional da situação,
é esse desconforto que me indica o degrau acima,
me tira da zona de conforto,
me instiga a buscar uma nova direcção.
A dor bem aproveitada não deve ser temida,
deve ser usada como ferramenta
para o auto conhecimento,
extirpação do mal resolvido, 
para o crescimento.
Eu não temo a dor, nem emoção alguma,
se assim fosse, até a alegria me incomodaria.
O que não permito é que ela me
leve ao estado da prostração,
da auto piedade ou de algo
que não aceite regeneração.
Dor transmuta-se.
E o Tempo dono de todas as coisas,
ensina quão provisório é o pranto e a gargalhada.
Por isso não recuso nada.
Que venha o que vier, como vier.
Eu suporto qualquer circunstância que me lapide,
que me desassossegue para que eu
valorize os momentos de paz do meu coração.
Vida é totalidade.
Inclui tudo.
Vida é vontade de Mundo.
Dor faz parte da vida e,
por mais preciosa que seja,
não permito que ela seja a parte mais importante.

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