Posso ser um rio calmo e manso,
mas também posso ser um mar bravio.
Não peço licença e nem desculpa por existir.
Existo com a fortaleza interior infinita
e com traços de amor que deixo brotar
suavemente do coração.
Não gosto de tatuar culpas ou tristezas.
Aprendi com o tempo que só sou atingida
pelo que deixo me atingir,
por isso minha força mora em
minhas próprias entrelinhas.
O que é externo é também mutável,
só o que verdadeiramente me toca o coração
e faz brotar sentimentos que possam brindar com
minha paz é que serão
permanentes.
Gosto de ser solta e sentir o gostinho
de liberdade adoçando minha boca.
Se erro algum rabisco porque
não apontei direito meu lápis,
na linha seguinte já me perdoei pelo impasse e
recomeço com a mesma graça do princípio.
Carrego além da doçura a firmeza do que
quero e o que não quero para mim.
Já coleccionei por muito tempo pesos desnecessários,
já culpei outros por minhas próprias desilusões,
mas hoje sei que quem se desilude
é porque se iludiu,
ninguém ilude ninguém, como diz um amigo:
as pessoas é que são iludíveis.
Hoje,
enxergo a realidade através dos meus próprios olhos
que são encantados por cada luminosidade
que a vida me traz.
De vez em quando acontece de eu me deparar
com a janela que dá para dentro de mim entreaberta,
mas quando percebo que a corrente de ar diminuiu,
corro para deixá-la escancarada novamente,
para que esse ar possa estar
constantemente refrescando minha alma.
Hoje não sou eu quem vai atrás das borboletas,
são elas que vem bailando ao meu encontro.
Alguns chamam isso de magia,
eu apenas chamo de alegria,
que mora dentro de mim e
que gosto de espalhar todos os dias.
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