Felicidade
não sai na rua,
não
dá abraço ou sorriso forçado
e não abana para quem passa.
Felicidade
não quer aparecer.
Felicidade
não vai às festas e
nem
se deixa fotografar para o facebook.
Felicidade
não ganha aumento,
não
sobe de cargo e não fila a simpatia alheia.
Felicidade
não humilha ninguém.
Felicidade
não usa anéis sem decoro,
não
quer sapato de couro
e não é sempre a primeira a falar.
Felicidade
não quer sair no jornal.
Felicidade
não mente,
não fala em nome dos outros e
não
obriga sua presença a ninguém.
Felicidade
não faz complô,
não
troca olhares significativos e
não
quer ser mais importante do que qualquer um.
Felicidade
não se importa com os outros.
Felicidade
não quer ter poder.
Felicidade
não quer parecer.
Felicidade
chega em casa
depois
de um dia de cão e sorri.
Embevecida.
Não
importa o quanto a queiram,
só
ela decide a quem se dar.
Não
importa o quanto se importem,
ela
só quer um canto de lábio.
Felicidade
é aquilo que
fica quando ninguém mais sabe,
ninguém
mais vê,
ninguém mais se importa.
Felicidade
é
promessa de ser feliz mais além.
Felicidade
é
perceber como tudo é passageiro,
como
pouca coisa é realmente importante,
como
há quem lhe ama só por amar,
não por mostrar.
Felicidade,
enfim, é ser.
Ser
de verdade.
E
saber,
mesmo que ninguém mais saiba,
que se é feliz.
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