E
às vezes me sinto condensada
dentro de um frasco de poesia
ou
espremida num saco de incertezas.
Sou
de parir lágrimas de amor,
mas
também sei cultivar um espinhal que fere doído.
Eu
sou mulher
e por isso lacuno meus medos,
deixo
meus desejos navegarem sem fronteira
e
sou capaz de ocultar as chagas
das tristezas que a vida impõe.
Confabulo
um chamego e um cafuné,
e
me deixo transbordar de amor.
Às
vezes sou gata no cio, que exige,
que arranha e que toma tudo...
Ou gata dengosa que só quer aconchego,
espreguiçar languidamente
e
ficar observando o mundo com olhar profundo.
E
me dou ainda ao prazer de ser gata felina,
que
vai à caça,
e luta pelo rato de cada dia.
Sou
contradição, sou lógica!
Sorrio
chorando, choro sorrindo.
Sou
suave mesmo num vendaval
ou
furiosa como um bouquet de rosas vermelhas.
Vivo
loucuras sentidas e despudoradas,
também
sou formada de verdades benditas,
palavras edificantes e carícias curadoras.
Sou
sim,
capaz de esfaquear verdades,
arrancar
pedaços de mentiras,
costurar
sentimentos no tempo e
lamber
lentamente minhas tristezas.
Minhas
palavras têm personalidade própria
e
elas mostram que sou
muito humana e deveras enviesada.
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