Bem Vindo

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Sim eu sou mulher!

 
 Sim eu sou mulher!
E às vezes me sinto condensada 
dentro de um frasco de poesia
ou espremida num saco de incertezas.
Sou de parir lágrimas de amor,
mas também sei cultivar um espinhal que fere doído.
Eu sou mulher 
e por isso lacuno meus medos,
deixo meus desejos navegarem sem fronteira
e sou capaz de ocultar as chagas 
das tristezas que a vida impõe.
Confabulo um chamego e um cafuné,
e me deixo transbordar de amor.
Às vezes sou gata no cio, que exige, 
que arranha e que toma tudo...
 Ou gata dengosa que só quer aconchego,
espreguiçar languidamente
e ficar observando o mundo com olhar profundo.
E me dou ainda ao prazer de ser gata felina,
que vai à caça, 
e luta pelo rato de cada dia.
Sou contradição, sou lógica!
Sorrio chorando, choro sorrindo.
Sou suave mesmo num vendaval
ou furiosa como um bouquet de rosas vermelhas.
Vivo loucuras sentidas e despudoradas,
também sou formada de verdades benditas,
 palavras edificantes e carícias curadoras.
Sou sim, 
capaz de esfaquear verdades,
arrancar pedaços de mentiras,
costurar sentimentos no tempo e
lamber lentamente minhas tristezas.
Minhas palavras têm personalidade própria
e elas mostram que sou 
muito humana e deveras enviesada.

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