Mesmo
porque uma hora a cortina fecha.
Uma
hora o show termina.
E
a gente tem que fazer malabarismo
para manter a pose,
para
não errar o tom.
É
difícil viver o tempo todo nessa corda bamba.
Eu
não consigo.
Deve
ser por isso que as pessoas
gostam ou não gostam de mim.
Nunca
vi alguém dizer que
gosta de mim mais ou menos.
Ou
eu agrado ou incomodo
as pessoas com meu jeito.
É
que meu jeito é bem diferente.
Se
eu gosto fica carimbado na minha cara.
E
se eu não gosto fica estampado
no
meu rosto e na minha cara de nojinho.
Não
sei forçar uma cara boa.
Quem
convive comigo sabe direitinho
quando
tem algo entalado na minha garganta.
Já
quem não me conhece jamais desconfia.
É
que, apesar de verdadeira, sou irônica.
Tento
rir das coisas, de mim,
das minhas mancadas.
Tiro
onda da minha própria cara.
E
olha que me dou sérios motivos para isso.
Acho
que está faltando um
pouco de verdade nesse mundo.
Falta
fé.
Falta
você acreditar que pode
agradar o outro sendo quem é.
Sem
ter que fazer mágica,
já
que a mágica está em poder
viver bem consigo mesmo.
E
só.
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