Bem Vindo

domingo, 20 de julho de 2014

Não gosto muito de quem mostra ser o que não é.

 Não gosto muito de quem mostra ser o que não é.
Mesmo porque uma hora a cortina fecha.
Uma hora o show termina.
E a gente tem que fazer malabarismo 
para manter a pose,
para não errar o tom.
É difícil viver o tempo todo nessa corda bamba.
Eu não consigo.
Deve ser por isso que as pessoas 
gostam ou não gostam de mim.
Nunca vi alguém dizer que 
gosta de mim mais ou menos.
Ou eu agrado ou incomodo 
as pessoas com meu jeito.
É que meu jeito é bem diferente.
Se eu gosto fica carimbado na minha cara.
E se eu não gosto fica estampado
no meu rosto e na minha cara de nojinho.
Não sei forçar uma cara boa.
Quem convive comigo sabe direitinho
quando tem algo entalado na minha garganta.
Já quem não me conhece jamais desconfia.
É que, apesar de verdadeira, sou irônica.
Tento rir das coisas, de mim, 
das minhas mancadas.
Tiro onda da minha própria cara.
E olha que me dou sérios motivos para isso.
Acho que está faltando um 
pouco de verdade nesse mundo.
Falta fé.
Falta você acreditar que pode 
agradar o outro sendo quem é.
Sem ter que fazer mágica,
já que a mágica está em poder 
viver bem consigo mesmo.
E só.

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