Bem Vindo

domingo, 15 de junho de 2014

Continuo a velha cria do tempo.

 
Incontrolável.
Paciente.
Consegui tirar a areia dos pés.
Me desfiz das incertezas que grudaram no cabelo.
Lavei o sal do corpo e agora vivo assim,
fazendo doces de mim.
Evoluo no meu papel de ser mar ou ser nada.
Adoço a vida não porque 
ultrapasso a leveza de um pássaro.
Adoço porque eu preciso fazer a alma sorrir
enquanto a fechadura do desânimo
não arrebenta o chão das certezas.
Continuo a velha cria do que um dia não aconteceu.
Ainda sou a velha cria do que nunca foi dito.
Por isso, se eu escolher o silêncio,
por favor, por tudo o que nos une: respeite.
O meu amor há de ter maior força.
E tem. E grita no momento certo.
Enquanto ele não vem, não cante os erros
em um tom maior que o nosso.
Porque depois de cegar, o amor ensurdece.
E agora, além da certeza de que
nada mais cantará tão certo como o
caminho das reticências famintas de mim,
entendo o último parágrafo que envolve o meu corpo:
eu preciso muito me ouvir.

Sem comentários:

Enviar um comentário