Um
dever, um afazer, um prazer,
um susto, uma cambalhota.
Entre
o ânimo e o desânimo,
um entusiasmo ora doce,
ora
dinâmico e agressivo.
Viver
não é cumprir nenhum destino,
não
é ser empurrado ou rasteirado pela sorte.
Ou
pelo azar.
Ou
por Deus, que também tem a sua vida.
Viver
é ter fome.
Fome
de tudo.
De
aventura e de amor, de sucesso e de
comemoração
de cada um dos dias que
se
podem partilhar com os outros.
Viver
é não estar quieto, nem conformado,
nem
ficar ansiosamente à espera.
Viver
é romper, rasgar, repetir com criatividade.
A
vida não é fácil, nem justa, e não dá
para
a comparar a nossa com a de ninguém.
De
um dia para o outro ela muda, muda-nos,
faz-nos
ver e sentir o que não víamos
nem
sentíamos antes e, possivelmente,
o
que não veremos nem sentiremos mais tarde.
Viver
é observar, fixar, transformar.
Experimentar
mudanças.
E
ensinar, acompanhar, aprendendo sempre.
A
vida é uma sala de aula onde
todos
somos professores,
onde
todos somos alunos.
Viver
é sempre uma ocasião especial.
Uma
dádiva de nós para nós mesmos.
Os
milagres que nos acontecem
têm
sempre uma impressão digital.
A
vida é um espaço e um tempo maravilhosos
mas
não se contenta com a contemplação.
Ela
exige reflexão.
E
exige soluções.
A
vida é exigente porque é generosa.
É
dura porque é terna.
É
amarga porque é doce.
É
ela que nos coloca as perguntas,
cabendo-nos
a nós encontrar as respostas.
Mas
nada disso é um jogo.
A
vida é a mais séria das coisas divertidas.
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