Bem Vindo

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Eu nunca fui uma moça bem-comportada.

 Eu nunca fui uma moça bem-comportada.
Pudera, 
nunca tive vocação para alegria tímida,
para paixão sem orgasmos múltiplos
ou para o amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo.
Não estou aqui para que gostem de mim.
Estou aqui pra aprender a gostar 
de cada detalhe que tenho.
E para seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la
até a fratura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória e
tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos 
e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por isso, não me venha com meios-termos,
com mais ou menos ou qualquer coisa.
Venha a mim com corpo, alma, 
vísceras, tripas e falta de ar…
Eu acredito é em suspiros,
mãos massageando o peito ofegante
de saudades intermináveis,
em alegrias explosivas, em olhares faiscantes,
em sorrisos com os olhos,
em abraços que trazem para vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, 
de alguma forma,
no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades.
E tenho medo de altura, 
mas não evito meus abismos.
São eles que me dão a 
dimensão do que sou.

Sem comentários:

Enviar um comentário