Pudera,
nunca tive vocação para alegria tímida,
para
paixão sem orgasmos múltiplos
ou
para o amor mal resolvido sem soluços.
Eu
quero da vida o que ela tem de cru e de belo.
Não
estou aqui para que gostem de mim.
Estou
aqui pra aprender a gostar
de cada detalhe que tenho.
E
para seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro
a poesia e gosto de descascá-la
até
a fratura exposta da palavra.
A
palavra é meu inferno e minha paz.
Sou
dramática, intensa, transitória e
tenho
uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu
sei sorrir com os olhos
e gargalhar com o corpo todo.
Sei
chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por
isso, não me venha com meios-termos,
com
mais ou menos ou qualquer coisa.
Venha
a mim com corpo, alma,
vísceras, tripas e falta de ar…
Eu
acredito é em suspiros,
mãos
massageando o peito ofegante
de
saudades intermináveis,
em
alegrias explosivas, em olhares faiscantes,
em
sorrisos com os olhos,
em
abraços que trazem para vida da gente.
Acredito
em coisas sinceramente compartilhadas.
Em
gente que fala tocando no outro,
de alguma forma,
no
toque mesmo, na voz, ou no conteúdo.
Eu
acredito em profundidades.
E
tenho medo de altura,
mas não evito meus abismos.
São
eles que me dão a
dimensão do que sou.
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