saiba quando estou com medo,
e
me tome nos braços sem
fazer perguntas demais.
Que
o outro
note quando preciso de silêncio
e
não vá embora batendo a porta,
mas
entenda que não o amarei
menos porque estou quieta.
Que
se estou apenas cansada
o
outro não pense logo que estou nervosa,
ou
doente, ou agressiva,
nem diga que reclamo demais.
Que
se estou numa fase ruim
o outro seja meu cúmplice,
mas
sem fazer alarde nem dizendo
'Olha
que estou tendo muita paciência com você!'
Que
se eventualmente perco a paciência,
perco
a graça e perco a compostura,
o
outro ainda assim me
ache linda e me admire.
Que
o outro
não me considere sempre disponível,
sempre
necessariamente compreensiva,
mas
me aceite quando não
estou podendo ser nada disso.
Que,
finalmente, o outro entenda que
mesmo
se às vezes me esforço,
não
sou, nem devo ser, a mulher-maravilha,
mas
apenas uma pessoa:
vulnerável
e forte, incapaz e gloriosa,
assustada
e audaciosa
uma
mulher.
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