Bem Vindo

sábado, 1 de março de 2014

Guarde suas armas.

 Guarde suas armas.
Não tenho vocação para capturar
tiros de insegurança e lágrimas de insatisfação.
Aprendi a violar as
 leis do peito com palavras.
Carrego todas as certezas no bolso.
Faço tiroteio com verbos, atiro forte na solidão.
Planejo assaltos.
Roubo corações.
E raramente me arrependo.
Sou refém de mim.
Não aprendi a rastejar diante de qualquer ilusão.
Minha guerra é doce.
Meu exército é de açúcar.
Sou sequestradora de doçuras.
Lanço mísseis revestidos de risos.
Nenhuma dor me prende.
A cumplicidade com o acaso me liberta.
Meus passos embora firmes 
tem o peso do algodão,
meus olhos são informantes do amor.
Esses mesmos olhos reflectidos no espelho
não me reconhecem.
Perderam a arrogância dos que sabem tudo.
No rosto marcas de suavidade, tranquilidade
de quem sabe o que é e se aceita.
Perdi a guerra para discussões desnecessárias
aprendi a cantar.
O tempo me ensinou que 
ele pode ser amigo,
pode ser lento e me encontrar a sua espera,
com pés descalços e flor no cabelo.

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