Não
tenho vocação para capturar
tiros
de insegurança e lágrimas de insatisfação.
Aprendi
a violar as
leis do peito com palavras.
Carrego
todas as certezas no bolso.
Faço
tiroteio com verbos, atiro forte na solidão.
Planejo
assaltos.
Roubo
corações.
E
raramente me arrependo.
Sou
refém de mim.
Não
aprendi a rastejar diante de qualquer ilusão.
Minha
guerra é doce.
Meu
exército é de açúcar.
Sou
sequestradora de doçuras.
Lanço
mísseis revestidos de risos.
Nenhuma
dor me prende.
A
cumplicidade com o acaso me liberta.
Meus
passos embora firmes
tem o peso do algodão,
meus
olhos são informantes do amor.
Esses
mesmos olhos reflectidos no espelho
não
me reconhecem.
Perderam
a arrogância dos que sabem tudo.
No
rosto marcas de suavidade, tranquilidade
de
quem sabe o que é e se aceita.
Perdi
a guerra para discussões desnecessárias
aprendi
a cantar.
O
tempo me ensinou que
ele pode ser amigo,
pode
ser lento e me encontrar a sua espera,
com
pés descalços e flor no cabelo.
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