Bem Vindo

quarta-feira, 25 de setembro de 2013


 Sou alguém que de tão simples,
às vezes é incompreendida.
Não tenho medo da vida.
Não tenho medo de perder.
Não tenho medo de ganhar.
Não tenho medo de sofrer.
Não tenho medo de mudar.
Não tenho medo de dar a cara à tapa,
porque não nasci para ser unânime.
Não tenho medo de contrariar,
porque abrir mão do que eu quero
pode me trazer consequências maiores.
Não tenho medo de escandalizar,
porque tenho o meu ponto de vista.
Não tenho medo de violar algumas regras,
porque regras são para serem quebradas.
Não tenho medo de ser a menina má ou a boazinha,
porque a vida assim requer.
Não tenho medo de ser a mulher fatal ou a recatada,
porque tudo vai depender do meu perfume,
da minha roupa, da minha intenção, do meu dia,
da minha noite, do meu humor, da minha vontade.
Não tenho medo de ser a rocha
intransponível ou a insegurança latente,
porque tenho consciência das minhas fraquezas.
Não tenho medo de ser a namorada perfeita ou a insuportável,
porque tenho consciência que sou a melhor delas,
mas posso também ser a pior.
Não tenho medo de ser a filha generosa ou a ingrata.
Às vezes, realmente não sei agradecer o que Deus me deu.
Não tenho medo de ser a amiga presente ou a ausente,
porque a amizade verdadeira é vitalícia,
independentemente do tempo,
das circunstâncias e da distância.
E se estava condicionada a isso, não era amizade.
Não tenho medo de ser a inconsequente
que abandona o País quando se sente sufocada,
quando quer recomeçar do nada ou
unicamente por mera curiosidade.
Não tenho medo de mudar meus planos
na última hora por algum motivo que
considero mais importante naquele momento.
Não tenho medo de amar, ser amada,
ferir quando sou ferida, não ferir quando sou ferida,
ferir quando não sou ferida, ir até o fim
porque acredita ainda não ser o fim ou ir até o fim
porque tudo somente se acaba apenas no fim.
Mas, sobretudo, eu acredito.
Eu acredito no amor, acredito na família,
acredito em meus amigos, acredito na felicidade.
E, justamente porque acredito no que
realmente me importa e me é essencial,
não preciso ter medo de ser eu.

Eliane Azevedo

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