No meio de um emaranhado de coisas,
de todas as coisas que vejo no caminho,
paro diante do meu próprio reflexo
em um retrovisor qualquer.
Vejo na imagem reflectida,
o resumo de todas as coisas,
dos amores, das lutas, das perdas,
estas,
vãs ou por vezes necessárias...
Sofro e ao mesmo tempo, sou grata.
Sofro, porque ao me deparar com os obstáculos
de minha vida,
não sabia como agir,
paguei um preço por isso,
mas o preço foi um inigualável aprendizado.
Sou grata, por ter sobrevivido,
por nascer a cada prova imposta.
E renascida trouxe comigo as armas
para vencer as próximas...
Sou a soma de todas as coisas que vejo,
todas as pessoas que passam.
Eu as observo, no despertar das manhãs,
e no silêncio da noite.
Se me olham, sou mais uma que passa,
não enxergam meus temores minhas angústias,
minhas inquietações...
e eu segui sozinha, por muito tempo.
Entretanto, no mesmo reflexo,
algo de novo se manifesta,
e faz renovar cada traço do desenho,
trazendo junto a várias incertezas,
a esperança de que um sentimento maior,
una tudo isso.
Por que nada valeria a pena se nesta caminhada
as coisas fossem
premeditadas, escritas.
As coisas boas não teriam o mesmo sabor.
Não haveria amor,
haveria conveniência.