Olha
bem que árvore magnífica
essa que está a sua esquerda.
Ela
é forte, grandiosa, sempre florida,
sua
sombra atrai viajantes de vários lugares,
seus
frutos são saborosos,
suas raízes são profundas.
Ela
está edificada.
Olha
agora para a árvore que está a sua direita.
Fraca,
feia e sem folhas,
nunca produziu um fruto,
não
fornece sombra, vive em uma encosta e,
certamente,
algum dia desse,
um
vento forte ou uma chuva qualquer,
a
levará por aí, arrastando seus galhos secos,
tronco
morto, pois é uma árvore estéril.
Porém
essa árvore,
apesar de ser tão sem graça,
acha
graça todos os dia,
quando criança levadas,
apedrejam
a árvore vizinha.
Algumas
pedradas nem atinge a grande árvore,
outras
atingem e a ferem, derrubam seus furtos,
suas
flores são despetaladas,
alguns galhos se quebram.
A
fraca árvore sorrir atoa,
se diverte vendo esse espectáculo.
A
forte árvore, algumas vezes chora silenciosa,
mas
permanece firme.
Então
você me pergunta, qual é a reflexão?
E
eu te respondo, me sinto como essa árvore forte,
capaz
de criar, de reproduzir, de florescer,
de
auxiliar alguém com minha sombra,
o
cheiro das minha flores, o sabor dos meus frutos.
Ser
apedrejada as vezes dói sim.
Mas
permaneço firme.
Já
você, é essa árvore seca e amargurada,
que
precisa da minha sombra em dias de calor,
que
precisa dos meus frutos para alimentar
suas
raízes e elevar alguma seiva
até sua copa fria e sombria.
As
pedradas que recebo
parecem muito com suas críticas.
Mas
quero te lembrar de uma coisa,
qualquer
criança, por inteligência ou instinto,
vai
atirar pedras naquela árvore
que
possa lhe oferecer algo.
Se
choro por dentro,
sempre
recebo os visitantes com sorriso,
pois
pior do que se alvejada por dar bons frutos
é ser abandonada e esquecida
em um canto da
estrada,
por
ser incapaz de florescer.
A
inveja seca a seiva.
A
criatividade faz a árvore resplandecer.