meter os pés pelas mãos.
Em mim,
a anatomia não faz o
menor sentido.
Sou do tipo que lê um toque,
que observa com o coração e
caminha com os pés da imaginação.
Multiplico meus cinco sentidos
por milhares
e me proponho a descobrir todos
os dias novas formas de sentir.
Quero o cheiro da felicidade,
o gosto da saudade,
o olhar do novo,
a voz da razão e o toque da
ternura.
Luto contra o óbvio,
porque sei que dentro de mim
há um infinito de possibilidades
e embora sentimentos ruins
também
transitem por aqui,
sei que devo conduzi-los com a
força
do pensamento até a porta de
saída.
Decidi não delegar função
para
cada coisa que eu quero.
Nem definir o lugar adequado
para
tudo de bom que eu sinto.
Nossos sentimentos são seres
vivos
e decidem sem nos consultar.
A prova de que na vida,
rótulos são dispensáveis e
sentimentos inclassificáveis.
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